O conhecimento de Deus
- Igreja Batista Reformada
- 30 de mai. de 2022
- 2 min de leitura

O CONHECIMENTO DE DEUS
Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos.
1 JOÃO 2:3
Tendo discutido o gratuito perdão de pecados, João chega às exortações
que pertencem a essa doutrina e que dela dependem. E primeiro, de fato,
ele nos lembra de que o conhecimento de Deus derivado do evangelho não
é ineficaz, mas que a obediência dele procede. Ele então demonstra o que Deus exige especialmente de nós, qual é o aspecto principal da vida: amor a Deus.
As Escrituras têm motivo para repetir em todo lugar o que lemos aqui sobre o conhecimento vivo de Deus, pois nada é mais comum no mundo do que transformar a doutrina da religião em gélida especulação. Dessa maneira a teologia foi adulterada por certos tipos de filósofos, de modo que, em todo o corpo de sua obra, nem mesmo uma centelha de religião verdadeira resplandece. E pessoas curiosas aprendem em todo lugar o mínimo necessário sobre a Palavra de Deus para capacitar-lhes a tagarelar apenas para se exibir. Em suma, nenhum mal tem sido mais comum em todas as eras do que professar em vão o nome de Deus. João então toma este princípio como dado: o conhecimento de Deus é eficaz. Ele então conclui que de modo algum conhecem a Deus aqueles que não guardam Seus preceitos ou mandamentos.
Ao mesmo tempo, o conhecimento de Deus nos leva a temê-lo e a amá-lo. Não podemos conhecê-lo como Senhor e Pai, como Ele se apresenta, sem sermos filhos zelosos e servos obedientes. Em suma, a doutrina do evangelho é um espelho vívido no qual contemplamos a imagem de Deus e somos transformados nessa imagem, como Paulo nos ensina em 2 Coríntios 3:18. Portanto, onde não há consciência pura, nada pode haver ali, exceto um vazio fantasmagórico de conhecimento.
João Calvino
Soli Deo Glória